Há um colega (que podia ser meu avô) que se vai embora. Vai mudar de trabalho. 

Dada a minha limitação linguística quando cheguei, ele foi daqueles que sempre me ajudou e apoiou. Chamava-me "mi amore". 

Adorava falar de Madredeus e da praia da Nazaré. 

Ontem a noite foi a despedida. No meio de tanta tonteira, de tanto riso, tantas anedota, despedi-me de un grande médico, e um colega irrepreensível.

À bientôt papi. 

 

Ai Mimi fazes-me tanta falta cá em casa. Isto parece tão vazio sem ti. :(

Parece a filha de um casal de divorciados. Anda sempre de um lado para outro. Eu saio no fds levo-a. Vou trabalhar no fds deixo-a em casa do chéri  (ele pediu-me desta vez para a deixar mais tempo)

Hoje foi varanda aberta sem a vigiar todos os 10 segundos. Andei a arrumar roupas de cama, estender roupa, apanhar roupa, e não tive nada a puxá-la ao mesmo tempo. Jantei sem ter uma tonta a querer comer o mesmo que eu. Lavei os dentes e tomei banho e não tive direito à espera em cima do tapete. Não há o miar nem o som do guizo. E pior de tudo. Já estou deitada e não tive direito aos meus miminhos da noite. Aquele ronron e o ficar deitada em cima de mim a pedir festinhas na cabeça... 

Boa noite e bom fim de semana 

Já aqui falei do quanto me custa o pensar retornar a casa sabendo que a seguir vou voltar para franca. 

Já falei também que agora penso menos no quanto tempo falta para esse acontecimento. Defendo-me um bocadinho. (Finalmente aprendi estratégias) 

O que anda aqui a fazer um pequeno abalo (expressão do meu alentejanozinho) neste momento é o facto de estar próxima a viagem mas sou só eu que vou conduzir. Já é a segunda vez que acontece. 

Desta vez o carro é melhor e mais adaptado a 1800km, top top. A minha excitação é pelo carro que vou conduzir e estou desertinha para lhe por as unhas (estilo ai si eu ti pego) 

Mas 1800km... Aiiii 1800km.. São 1800km... Pronto ok. 

Vai ser a minha 4a viagem de carro para ir para casa desde que cá cheguei.

Revejo-me naqueles emigrantes francius (tipo eu agora) que vão a casa de férias em Agosto, bem sentados, que chegam com um sorriso de orelha a orelha... Com 1800km no cú..

(Calma, comigo ao pé da fronteira espanhola já eu estou a procurar hotelzinho para dormir. Não sou terrorista prestes a me espetar na auto-estrada pq nao dormi)

(Ah e páro muito porque a minha bexiga fica muito pequenina nestas viagens)

Coisa mais boa da dona

Declaro aberta a época da ventoinha

Ontem não me apercebi do calor. 

Estive fechada num bloco operatório onde faziam 17/18 graus, todo o dia.

Hoje fiquei em casa.

De manhã e início da tarde nada de especial mas o fim da tarde é com o sol a dar de chapa na varanda.. 

E pronto lá fui buscar a minha ventoinha fantabulástica do ano passado de quando não aguentava mais com calor em casa. 

Afinal sempre valeu o investimento. 

Tão verdade que até partilhei no fb

Naaoome apetece nadinha nadinha ir trabalhar de noite. Muito menos trabalhar no fim de semana :(

Afinal havia outra...

Afinal não se chama toni...

 Enquanto paira a indecisão..toni continuo a querer ir ver-te ao vivo!!

Minnie (e o Toni Carreira)

(Desertinha para ver o mais recente morador da casa da minha mãe. 

Um gatinho bebé branco com olhos azuis... 

Toni de seu nome, segundo parece )

***


Nunca aqui falei do Toni Carreira??!
Pois o Toni não é bem o meu cantor favorito de todos os tempos.
Tem músicas que ficam no ouvido e um filho (David) muito girinho e pronto é tudo.
Desde que cá cheguei a a esta terra abençoada que quero ir ver o Toni. Mas tem de ser cá.  Caraças ele e a lóóócura das emigrantes portuguesas. E eu agora também sou uma.
Embora, seja uma emigrante que saiu de ventosas e forceps do seu país porque esgotou o seu tempo de espera, sou emigrante. (ainda me custa a passar esta palavra aqui no estreito)

Por isso Toni, (não não quero um filho teu está descansadinho) é só para me esperares num destes concertos teus, aqui nestas terras.
Vou ser aquela atadinha que não sabe as letras e fica a olhar com cara de esnobe para as minhas copines que te vão pedir filhos, dizer que te adoram, que vão ter colapsos nervosos só de te ver, etc...

Hoje

Só hoje me apercebi que falta pouco para voltar a casa. 

Com o tempo, a idade talvez, aprendi a deixar de olhar para datas, deixei subtrair dias fazendo contagens decrescentes.. Vivo um dia de cada vez, pensando menos no que já passou, no que passa agora e no que virá um dia. 

Cada um defende-se como pode.. Cada um agarra a sua estabilidade emocional como lhe é possível. 

Até me passo com as burocracias deste país. Há dias em que está aberto, outros não. Dizem ao telefone que está tudo explicado no site e afinal não está. Vou à sous prefecture e duas horas depois dizem que não podem fazer nada só na prefecture. Ligo para lá e fecha ao meio dia e meia e já é meio dia e um quarto. Mas vá lá avisaram-me que não é fácil arranjar estacionamento..

De volta ao iPhone... Que saudades de ter um iphone!! Tinha um samsung s3 e nunca gostei muito. Não gostei.. Não me deixei gostar. Na minha cabeça telemóvel só há um, iPhone e mais nenhum. 

Merci ao chéri que trocou e me deu o iPhone 5 dele antigo :)

Maldito tempo.

Ora faz sol ora chuva.

Ora estou na rua com 20 e tais graus ora estou no trabalho com 17.

Conclusão.  Dor de garganta,  nariz a pingar, voz de bagaço mal amanhada e uma dor nas costas que parece que fui espancada.

Para mim verão rima com... constipação...

É isso!!

Encontrei esta imagem no meu ordinador  (coisa exclusiva que só emigrante de França tem).

Nao consegui deixar de não fazer atenção (mais uma coisa exclusiva que so os emigrantes franceses conseguem fazer) e ficar a pensar.. Eu penso muito. Demais na verdade.

(Atenção gozi comigo mesma porque ja me sairam estas pérolas mas adiante)


***

O meu lado racional diz-me com a maior confiança e certeza do mundo "poucos mas bons. Só ficam os que valem a pena. Gente parva há por aí aos magotes e e um minuto é tempo demais perdido com eles". (Ai avô zé avô zé.. que o sr dizia coisas que ficam na história la isso dizia)

O meu lado emotivo faz um apelo saudosista à minha memória e é com esse mesmo saudosismo que revivo aqueles tempos de faculdade, aqueles tempos de secundário.. aqueles tempos de ir para a escola e estar lá toda a gente. Faziamos todos parte dos mesmos grupos e faziamos parte da vida uns dos outros.

Agora faço eu um apelo. A mim mesma. Vai dormir mas é. Deixa-te de tretas. Amanhã é um outro dia e nao há tempo a perder com estas merdas...