segunda-feira, 18 de agosto de 2014
O meu pai
Poderia escrever linhas e linhas sobre o meu pai..
Linhas que me custariam horrores e que custariam ainda mais a outros leitores assíduos do meu blog.
Ele nunca saberia, por isso podia utilizar este meio.
Não sei se existe um número limite de letras para um post, mas também não sei se todas as letras e palavras do mundo chegariam para me ajudar a fazer uma análise do seu comportamento e do meu face ao dele.
Também não sei se seria capaz. Existe em mim uma incapacidade para o fazer. Não quero sequer tentar. Não hoje.
Existem assuntos, situações, momentos, palavras, tons, que nos provocam um misto de sentimentos que colocar em papel não é fácil.
Relacionado com o meu pai nada é fácil.
Podia ter sido tudo, e não foi.
Podia ter tido tudo, e não teve.
É o meu pai. Fez-me a mim e ao meu irmão. E embora ele não saiba foi a melhor coisa que fez na vida. Nem ele sabe a sorte que tem por nos ter. Talvez um dia, mas com o meu pai o óbvio deixa de ser.
Como é possível?!
Tudo deixa de ser coerente, tudo perde a lógica.
Não conheço ninguém com maior capacidade para contar histórias. Aventureiro e desafiador. Não tem medo de nada. Deveria ter sido um homem do mundo, sem raízes. Eterno adolescente com gosto particular para o convívio. Homem de raciocínio lógico e mecânico. Adora resolver enigmas policiais Tem um grande sentido de orientação. Perfeccionista. Minucioso. Picuinhas às vezes. Observador, muito observador...
Passaria horas a descreve-lo. Tem muitas qualidades também, embora por vezes fiquem escondidas no meu julgamento perante o seu comportamento. Se hoje sou o que sou e faço o que faço devo-o também a ele.
É o meu pai e gosto muito dele.
Se tenho pena?? Tanta..
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